Parece-me que depois que o "Custe o Que Custar", programa jornalístico/humorístico da Band estreou, no ano passado, apareceram diversos shows de humor e comédias stand-up (quando o ator se apresenta sozinho no palco e em pé, sem figurino). Se a culpa é do "CQC" por ter difundido o estilo que até Woody Allen apresentou em seu início de carreira e dando espaço a outros profissionais ou não, o que importa é que os shows de humor têm feito sucesso e a maioria deles, aliás, é de qualidade, com senso de humor crítico e inteligente, que tem atraído principalmente os jovens. Como exemplos desses espetáculos estão o "Terça Insana" e o "Improvável", este último com ingressos esgotados para todas as quintas-feiras até julho.
Componente da bancada do "CQC", Rafinha Bastos também costuma se apresentar com a Cia. Barbicha de Humor, responsável por "Improvável". Ator e jornalista porto-alegrense, Rafinha é um dos fundadores do Clube da Comédia ao lado de Marcelo Mansfield, Danilo Gentili, Oscar Filho e Marcela Leal. Todos os sábados, à meia-noite, no entanto, ele está em cartaz com seu espetáculo-solo "A Arte do Insulto", no Teatro Shopping Frei Caneca, em São Paulo, até o final do ano.
Durante pouco mais de uma hora, o ator entra em cena e já faz o espectador começar a rir e só parar quando ele diz boa noite e deixa o palco. A partir de temas corriqueiros e assuntos que estão sendo discutidos na atualidade, Rafinha não é politicamente correto quando debocha de judeus (vale lembrar que ele próprio é judeu), gaúchos (ele é gaúcho), sem falar das piadas que extrai de pessoas que utilizam telefones tipo rádio, que assistem ao Discovery Channel ou à Rede Vida, por exemplo. Detalhe também quando ele tira sarros de leis, como a do álcool, dos gestos para chamar os garçons, entre outras situações.
"Tudo o que eu levo pro palco é escrito por mim e o texto aparece do dia-a-dia, das coisas que eu vejo, das coisas que eu vivo. Vejo algo interessante e depois sento na frente do computador para desenvolver", conta Rafinha em entrevista por e-mail. Sobre o fato de debochar de gaúcho e judeu, ele conta que já o chamaram de tudo o que se possa imaginar. E arremata: "Isso significa que eu estou tocando em assuntos polêmicos. É ótimo. Preconceito é ver algo diferente, rir daquilo e não contar para ninguém. Não é o meu caso."
Com humor ácido, crítico e sobretudo original, Rafinha Bastos faz sucesso não apenas em suas apresentações no teatro, mas também na internet, uma vez que seus vídeos no YouTube são concorridos, além de seu blog ter visitantes que vão em busca de suas piadas inusitadas e ter mais de 62 mil seguidores no Twitter. "É importantíssima [a internet para o seu trabalho]. Por intermédio da web em informo meu público, em tempo real, o que ando aprontando. É excelente." No Twitter, miniblog que é a nova febre da internet, ele tem mais de 62 mil seguidores e costuma postar informações sobre o seu trabalho. "[O Twitter] é a forma mais automática que existe de interação com um grande grupo de pessoas. Estou viciado. Eu vejo a piada e posto na hora do meu celular. É muito bom."
Embora os esquetes sejam repletos de palavrões (muitas vezes bem pesados), o riso é garantido. O melhor de tudo, contudo, é poder se divertir durante a apresentação, mas melhor ainda é ter a possibilidade de recordar as situações com os vídeos disponíveis na internet, dividir com os amigos as cenas memoráveis e mais: presenciar, ao vivo, alguma cena cotidiana e esdrúxula que Rafinha tenha debochado em seu show e rir de novo.
Se quiser conferir os outros espetáculos na cidade, ele dá a dica: "Tem excelentes artistas. A trupe do Clube da Comédia é ótima, o meu amigo Marco Luque, o Diogo Portugal, o Bruno Motta. Tem muita gente boa por aí fazendo stand-up".
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