terça-feira, 23 de junho de 2009

Terça Insana

(matéria publicada em 20 de março)

Já faz oito anos que eles fazem sucesso e continuam com a casa cheia todas as terças-feiras. O "Terça Insana" estreou a oitava temporada e arranca gargalhadas com o tema "Recursos Humanos".

Além da atriz e diretora Grace Gianoukas (foto), também idealizadora do espetáculo, fazem esquetes Roberto Camargo, que está no elenco desde a sua estreia, Guilherme Uzeda e Agnes Zuliani. Um a um, eles vão se alternando e falando seus textos em forma de monólogos e fazendo, aos poucos, a plateia gargalhar sem parar. Textos simples, bem-humorados, críticos e inteligentes, lembrando o comportamento das pessoas, dos políticos e das celebridades em geral. Sempre atuais, chegam a falar da crise internacional (da marolinha) e de assuntos recentes dos noticiários.

Ao todo, a apresentação dura 90 minutos. Primeiro, Roberto entra, apresenta o show, faz as primeiras piadas e, em seguida, Grace aparece como uma idosa contando sobre o sofrimento pelo qual passou até então casada com um senhor que já não amava mais. Mas a vida é assim, e ela fez desse transtorno a sua piada, que já emendou com a de Guilherme, que entrou como filho da velha. Ele, há de se dizer, é dono das melhores esquetes, já que faz ainda o açougueiro e o careca. Suas piadas são capazes de tirar sarro de seus próprios problemas. Para finalizar o quarteto, está Agnes, que faz o papel de uma mulher que mora em Miami e depois diz um texto muito bem escrito sobre o pé.

Grace, além de fazer a idosa, personifica uma economista lembrando as peripécias de Zélia Cardoso de Mello quando compunha o governo de Fernando Collor e depois como esposa de Chico Anysio. Texto muito bom, bem contado e inteligente, mas com problema na conclusão, que chega a ser tediosa. Outro texto engraçado é o papel de peruano que Roberto Camargo faz, com sotaque carregado e gírias populares.

Como não é um teatro, o local é formado por mesas e cadeiras e é permitido o consumo de bebidas durante a apresentação. Isso, porém, chega a ser inconveniente, uma vez que, enquanto os atores estão no palco, os garçons continuam circulando para atender aos pedidos. Pior de tudo é quando começam a cobrar a conta e a mobilizar a plateia para acertar o que foi consumido. Um horror, principalmente quando resolvem parar em sua frente enquanto aguardam a aprovação do cartão de crédito da mesa vizinha. Lamentável.

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