A fita, indicada pela Itália para concorrer a uma vaga ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, discute poder e dinheiro com sangue entre os moradores da Província de Nápoles e Caserta. Eles quase nunca têm escolha e são obrigados a obedecer às regras do "sistema", ou seja, da Camorra.
Baseado em livro do jornalista napolitano Roberto Saviano, o filme conta histórias que se passam no cenário violento que já é mostrado na seqüência de abertura do filme. Na tela, enquanto alguns personagens estão aparentemente em uma clínica fazendo bronzeamento artificial, os atiradores entram e fazem o serviço com suas potentes armas.
Daí para frente, o espectador pode se preparar e se acomodar melhor na poltrona para encarar as mais de duas horas pelas quais o longa se estende.
Além das ruas, a fita se passa em um conjunto habitacional de classe baixa, onde há também muitos criminosos (como se poderá ver ao decorrer da projeção).
Uns matam por diversão, porque se encantam pelas armas, outros a mando dos maiores. Mas a máfia não se resume a drogas ou a dinheiro. Um exemplo é a fábrica de roupas onde os chineses propõem a um alfaiate que ensine seus funcionários (chineses) a costurar. Assim, copiam vestidos de renomados costureiros em grande escala. Ou seja, coisas que presenciamos, por exemplo, na Rua 25 de Março, onde há cópias piratas de produtos de grife.
As histórias caminham paralelamente e retratam uma realidade dura, sem maquiagem, ao contrário de como foi rotulado "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, à época de seu lançamento.
Assim como escreveu um crítico na revista francesa "Cahiers du Cinéma", um dos problemas do longa de Garrone é o tempo. Concordo. Isso, no entanto, não chega a ser um problema para o espectador que quer assistir a uma ótima exibição nas telas.
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