Em entrevista coletiva realizada no sábado, 11, o idealizador do evento, Leon Cakoff, informou que o filme escolhido para a abertura, 16 (para convidados), seria "Terra Vermelha", co-produção Brasil-Itália, dirigida por Marco Bechis. "O filme participou do Festival de Veneza, neste ano, e é exemplo de boa globalização, principalmente por conta do olhar estrangeiro", pontua.
Na ocasião, ele aproveitou para apresentar o troféu desenvolvido pela artista plástica Tomie Ohtake. Esta é a terceira vez que ela assina o cartaz do evento. Entre os nomes que já assinaram o projeto estão: Federico Fellini, Akira Kurosawa, Michelangelo Antonioni, Manoel de Oliveira, Isabella Rossellini, Abbas Kiarostami, Hector Babenco, entre outros.
Cakoff avisa, também, que preparou uma surpresa, com curtas-metragens, como o escrito e dirigido por Isabella Rossellini. Entre os destaques da Mostra está a retrospectiva de filmes do cineasta sueco Ingmar Bergman, que faleceu no ano passado, com obras raras do início de sua carreira, como "Crise" (1946), "Prisão" (1949) e "Rumo à Alegria" (1950). Outro homenageado será o cineasta japonês Kihachi Okamoto (1924-2005), autor das obras "All About Marriage" (1958) e "Kill" (1968). Dos 39 filmes produzidos por ele, a Mostra apresentará 14.
A também diretora da Mostra, Renata de Almeida, destaca a "Carta Branca a Wim Wenders". O diretor alemão de "Paris, Texas" foi convidado a apresentar sua seleção de filmes. "Ele fez seleção de filmes novos, lançados este ano, e alguns estão na lista de Novos Diretores", completa.
Entre os 15 filmes escolhidos, "A Sereia do Mississipi", de François Truffaut, "O Pequeno Soldado", de Jean-Luc Godard, "Longe Dela", de Sarah Polley. Wenders, aliás, estará em São Paulo entre os dias 20 e 22 para comentar suas escolhas.
Especiais
Outro destaque desta edição é a exibição, em primeira mão, de "Garapa", novo longa do diretor José Padilha (de "Tropa de Elite"). O cineasta argentino Pablo Trapero, de "Família Rodante" e "Leonera" (que terá participação na Mostra), virá a São Paulo onde realiza workshop sobre direção. Outra convidada é a atriz, cineasta e cantora portuguesa Maria de Medeiros, que fará show de encerramento. O ator Benício Del Toro também virá ao país (nos dias 30 e 31) para acompanhar a exibição de "Che", de Steven Soderbergh.
Como é de costume, haverá dois filmes silenciosos que serão apresentados com acompanhamento musical. "O Homem que Ri" (1928), de Paul Leni, e "Poil de Carotte" (1925), de Julien Duvivier, serão acompanhados pelo grupo Octuor de France, que vem ao Brasil a convite do Consulado da França.
Totalmente restaurado, os cinéfilos poderão assistir, na tela grande, ao clássico "O Poderoso Chefão" (1972), de Francis Ford Coppola. O filme já pôde ser conferido no Festival do Rio, e é uma ótima oportunidade para os jovens conferirem um dos filmes mais bem-feitos da história do cinema, além de ter sido eleito recentemente pela revista inglesa "Empire" o melhor filme, entre 500, de todos os tempos.
Inéditos
Entre os filmes inéditos no Brasil, serão apresentados "Tulpan", de Sergey Dvortsevoy, vencedor da mostra "Um Certo Olhar", do Festival de Cannes 2008; "Mil Anos de Orações", de Wayne Wang; "Duska", de Jos Stelling; "Horas de Verão", de Olivier Assayas; "Príncipe da Broadway", de Sean Baker; "Oceano", de Mikhail Kosyrev -Lambert; "The Palermo Shooting", de Wim Wendes; "Revolução Revisitada", de Hugh Hudson; "Fronteira", de Rafael Conde; "Coyote", de Brian Petersen.
Ao todo, são 22 salas de cinema, distribuídas em 16 locais, como Unibanco Arteplex, Cine Bombril, Espaço Unibanco, Espaço Unibanco Pompéia, IG Cine, Faap, HSBC Belas Artes, Reserva Cultural, Cine Tam Morumbi, Cinemark Eldorado e Cidade Jardim, entre outros.
Os ingressos custam R$ 14 (de segunda a quinta) e R$ 18 (sexta a domingo). Estudantes e aposentados pagam meia-entrada, e assinantes da Folha de S. Paulo têm 15% de desconto. As permanentes e os pacotes têm preços de R$ 165 (20 ingressos) a R$ 390 (permanente integral.
O início
O crítico Leon Cakoff organizou a primeira Mostra para celebrar os 30 anos da fundação do Masp, que contou com 16 longas-metragens e 7 curtas (de 17 países), somando 40 sessões no Grande Auditório do Masp. O longa "Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia", de Hector Babenco, venceu o Prêmio do Público.
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