Uma das delícias de ver um filme bem-feito é quando concluímos que o ator contribui para o seu personagem, dando a grandeza que ele deve ter. George Clooney, por exemplo, é um desses atores, que, engajado em fazer o melhor, consegue dar a dimensão correta a seus personagens, de maneira que, se não fosse ele interpretando determinados papéis, a história poderia ser jogada fora.
Clooney, no ano passado, levou o Oscar por sua atuação em “Syriana”, embora tivesse sido indicado também como diretor de seu filme “Boa Noite e Boa Sorte”. Na trilogia que terminou, ao menos por enquanto, com o longa “13 Homens e um Novo Segredo”, ele atuou, ao lado de outros astros, de forma ímpar, que transformou o seu personagem em uma das principais atrações da fita, pois ele dosa o lado canastrão com o seu lado inteligente muito bem.
Em “Conduta de Risco” (“Michael Clayton”), que estréia nesta sexta-feira, dia 7, ele faz o personagem central (e o personagem-título, se levarmos em conta o nome original do filme), e pode-se dizer que, mais uma vez, o filme é ele.
Clayton trabalha como uma espécie de “faxineiro”, como ele mesmo define, em uma firma de Nova York, e sua função é limpar o nome e os erros de clientes poderosos. Seu chefe, Marty Bach (o produtor Sydney Pollack), o apóia, mas nunca lhe ofereceu a condição de sócio da empresa, embora ele trabalhe lá há quase 20 anos. Mas quando o advogado de litígio Arthur Edens (Tom Wilkinson) aparentemente sofre um colapso, Clayton é enviado para solucionar o problema. No meio da confusão, ele se depara com a conselheira de uma empresa agriquímica, Karen Crowder (Tilda Swinton).
Escrito e dirigido pelo estreante Tony Gilroy, roteirista de “O Ultimato Bourne”, o longa tem a capacidade de entreter o espectador quando mostra o personagem de Clooney, que começa a se conhecer e perceber, ao longo da fita, que ele se afogou em dívidas, é obcecado por jogo e só vê o filho de vez
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