A partir de então, Hank corre para coletar informações sobre o paradeiro de Mike (Jonathan Tucker), seu único filho, já que o outro havia falecido em decorrência de um acidente. Sua esposa, Joan (Susan Sarandon), fica em casa para esperar as notícias. Com bastante má vontade, porém, é a detetive Emily Sanders, vivida por Charlize Theron, que Hank terá ajuda para encontrar pistas para descobrir por onde anda Mike. E é com a tarimba de quem já viveu aquela vida e que conhece com quem deve tratar, é que Hank irá conduzir as investigações, sempre apontando os indícios para a novata Emily.
Em algumas passagens, principalmente quando aparecem colegas de Mike contando sobre a guerra, é possível se lembrar de alguns fatos que vimos publicados em jornais na época, com ênfase no fato de os soldados ridicularizarem os nativos daquele país, em cenas que deixaram o mundo todo chocado.
Dirigido e roteirizado por Paul Haggis (“Crash – No Limite”), o filme é inspirado em fatos reais e partiu de um artigo escrito por Mark Boal, publicado na revista Playboy. Como também é o produtor do longa, Haggis pediu ajuda a Clint Eastwood, com quem trabalhou em “Menina de Ouro”, para lhe apoiar quando fosse ao estúdio oferecer o roteiro.
Em seu filme anterior, vencedor do Oscar, ele se volta para contar uma história sobre conexão, quando os personagens vão se interligando por intermédio de um acontecimento. Desta vez, Haggis aponta as suas lentes para um filme extremamente ufanista, simbolizado principalmente pela bandeira norte-americana hasteada nas portas das casas, e que diz muito mais aos americanos que para os outros povos. A fita, aliás, se volta muito mais para a dor dos pais que ficam à espera da volta dos filhos que propriamente para a guerra no Iraque.
Embora o título em português não tenha nada a ver com o nome original, há uma passagem no filme em que o personagem de Tommy Lee Jones explica que in the valley of elah refere-se ao lugar em Israel onde, de acordo com a Bíblia, ocorreu a batalha entre Davi e Golias há mais três mil anos.
“No Vale das Sombras” é um drama familiar que envolve o espectador e o faz acompanhar a busca insaciável da família pelo filho, que não deixa pistas sobre onde pode estar. Com as interpretações incríveis de Jones e Susan, o público é convidado a se inserir na história e a esperar por notícias boas.
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