Os fashionistas estão cansados de saber quem foi Coco Chanel. Ainda que suas contribuições não tenham sido apenas na moda, mas também no comportamento das mulheres, muitos ignoram o papel importante que ela teve. Nascida Gabrielle Chanel, ela passou poucas e boas na infância até alcançar o topo do sucesso na França e depois no mundo todo.
Após “Coco Antes de Chanel”, filme protagonizado por Audrey Tautou e que contou a história da estilista desde o seu nascimento até os primeiros desfiles, agora estreia “Coco Chanel & Igor Stravinsky”, longa-metragem baseado no romance “Coco & Igor”, de Chris Greenhalgh, que também é roteirista da fita, ao lado de Carlo De Boutiny e do diretor Jan Kounen (de “99 Francs”).
Ao contrário do primeiro filme, este não tem a preocupação de contar de forma linear os passos da estilista (e do seu sofrimento após perder Arthur ‘Boy’ Capel), mas sim de mostrar o seu envolvimento com o maestro russo Igor Stravinsky (aqui vivido pelo dinamarquês Mads Mikkelsen, de “007 - Cassino Royale”).
A atriz responsável por dar a voz e (principalmente) a forma a Chanel é a francesa Anna Mouglalis, que também é modelo da grife.
Na Paris de 1913, a bela vai ao Théâtre des Champs-Élysées acompanhar a apresentação de Stravinsky. Embora ela tenha amado, o público vaia. Tal como ela e sua moda, a música é moderna, a frente de seu tempo. Os dois, no entanto, só vão se reencontrar em 1920, quando ela já se consolidou, se tornou rica e famosa e está desolada após a morte de ‘Boy’. Já o russo está vivendo em exílio na França após a revolução russa. É a partir deste encontro que ela se oferece a ajudá-lo para que ele e a família possam ter uma vida tranquila enquanto cria.
Paralelamente ao caso extra-conjugal, o espectador pode acompanhar o desenvolvimento nas criações das músicas e das coleções de Chanel. E também como foi desenvolvida a fragrância do perfume que conquistou Marilyn Monroe e é o mais vendido do mundo todo.
Com figurino impecável, elegante, simples mas muito chique (produzido pela própria grife), “Coco Chanel & Igor Stravinsky” mostra também a preferência da estilista pelas cores preta, branca e cinza, os chapéus, os tailleurs. Falado em inglês, francês e russo, o longa emociona com a história de sucesso dos dois artistas.
Diferentemente de “Piaf – Hino ao Amor”, biografia da cantora francesa Edith Piaf que mostra sua vida repleta de dificuldades no início e até chegar o sucesso, assim como “Coco Antes de Chanel” e “Ray”, o filme Jan Kounen se preocupa em mostrar bom humor, frases prontas (“Você não me conhece; podemos aprimorar isso”; “Eu sou mais poderosa que você, Igor, mas faço mais sucesso”) e emocionar o espectador.
Julgamentos de conduta e fidelidade à parte, a história de amor e paixão é arrebatadora e mostra a influência de cada um no trabalho de ambos. No mínimo, mais paixão na música do maestro e mais sensualidade nas criações de Chanel. Ao espectador, o resultado positivo de um roteiro envolvente com direção bem feita. É só aproveitar.
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