Documentários não são o forte das salas de exibição no Brasil, por exemplo. Talvez este seja apenas um dos motivos pelos quais o longa-metragem “Os EUA x John Lennon” (“The U.S. vs. John Lennon”) chega apenas agora, dia 2 de abril, aos cinemas de São Paulo e do Rio de Janeiro, após ser exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2006, justamente o ano de produção do filme.
A fita é uma verdadeira retrospectiva da história do ex-Beatle John Lennon e sua luta pela paz nos Estados Unidos, em plena Guerra do Vietnã. O documentário conta uma história paralela àquele país, mostrando a luta pelos direitos civis, a decepção com o governo Nixon, o memorável caso Watergate.
Durante o filme, o espectador poderá conhecer algo mais que aquele membro dos Beatles (ao lado de Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison) fazia fora dos palcos, e que ele não era apenas um dos precursores do “iê-iê-iê”. Sua banda de rock continua fazendo sucesso e é uma das mais famosas do mundo, mesmo que tenha acabado nos anos 1970. Na tela, ele surge como uma pessoa de princípios, um jovem carismático que se recusa a ficar calado frente às injustiças.
A contra partida é quando retrata o governo dos Estados Unidos, representado por Richard Nixon (impossível não se lembrar de George W. Bush), e a perseguição por conta de seu visto americano até a obtenção do green card, uma vez que John Lennon era inglês. Isso porque o governo tentou silenciá-lo e expulsá-lo do país.
Dirigido por David Leaf e John Scheinfeld, o documentário mostra imagens políticas e ativistas daqueles anos (1966/ 1976) e depoimentos atuais, entre outros, de Yoko Ono, a viúva do músico, que apresenta ainda mais seu engajamento. “De todos os documentários já feitos sobre John Lennon, este é o que ele amaria”, disse ela.
A trilha sonora, como não podia deixar de ser, é repleta das suas músicas, um verdadeiro deleite para os amantes da bandas. A ênfase fica a cargo de “All we are saying is give peace a chance”, trecho da canção “Give peace a chance”.
Com direção e roteiros impecáveis, o filme merece ser visto e respeitado, principalmente pela pesquisa de imagens, edição bem feita e história do nosso tempo.
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