A fita, que estreia nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira, dia 6 de fevereiro, tem início mostrando o ator Ralph Fiennes, que é advogado, seguido de outras imagens que mostram que o ambiente é a Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial. Então, um adolescente, Michael (David Kross), começa a passar mal na rua e é ajudado por uma moça muito mais velha (Kate Winslet) que ele. Como forma de retribuir o socorro prestado, depois de ter passado meses acamado por conta da escarlatina, o rapaz lhe entrega flores. Sem dar atenção ao garoto, mas notando que ele lhe encarou, os dois começam a ter relações sexuais e se apaixonam.
Durante os encontros, Michael aproveita para ler romances em voz alta; leituras essas que ajudaram a aproximar os dois, pois ela aproveitava para se entreter com cada livro lido, como "A Odisseia", "The Lady with the Little Dog", entre outros. A moça misteriosa que até então não havia revelado o seu nome diz se chamar Hanna e trabalha como operadora de vagões da cidade.
Com uma história interessante na mão e de maneira não-linear, o diretor inglês Stephen Daldry, o mesmo de "Billy Elliot" e "As Horas", descreve a vida do advogado e as suas lembranças, que mostram como conheceu a mulher que mais amou e como ela sumiu e reapareceu em sua vida de maneiras trágicas e diferentes.
Este não é o primeiro filme que retrata o nazismo e o holocausto. Ao contrário, pois há inúmeras outras obras que falam sobre o mesmo tema, de modo que pode ser até cansativo ir ao cinema para ver novamente a mesma ladainha. Vale lembrar, no entanto, que "O Leitor" é baseado no romance homônimo e autobiográfico de Bernhard Schlink. O livro, aliás, foi publicado em 40 idiomas e está sendo lançado no Brasil pela editora Record (240 páginas, R$ 29).
Um dos diferenciais deste filme, cujo roteiro foi escrito por David Hare, é que se trata principalmente de um "acerto de contas" da sociedade com as pessoas que fizeram parte do holocausto, como essas pessoas que mataram outras inocentes viveram depois de tudo.
Como lembra o diretor no material para imprensa, trata-se de um filme que "encara os crimes de guerra de frente", mas de maneira romântica, mostrando que os guardas eram pessoas comuns que precisavam de trabalho (e dinheiro) em meio à Segunda Grande Guerra.
"O Leitor" é um filme sensível, bem-feito, com personagens consistentes, que apresenta uma trama romantizada sobre um dos períodos mais negros da história mundial, cujos reflexos ainda são sentidos atualmente. Mais que uma lição de moral, uma história comovente.
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