sexta-feira, 18 de julho de 2008

Batman - O Cavaleiro das Trevas

Visual sombrio, diálogos bem-construídos e interpretações singulares. Basicamente, assim é "Batman - O Cavaleiro das Trevas" ("The Dark Knight"), um dos longas-metragens mais esperados do ano e que tem estréia mundial na sexta-feira, dia 18 de julho.

O filme vem em seqüência de "Batman Begins", lançado em 2005, com a missão de contar a origem do homem-morcego. O diretor Christopher Nolan, aliás, conseguiu mostrar ao público com aquela produção uma história concisa de como o bilionário Bruce Wayne (vivido por Christian Bale) tornou-se o herói de Gotham City. Desta vez, ainda sob a sua batuta, ele mostra Batman em ação e sua luta contra seu arquiinimigo: Coringa, o vilão que não segue normas.

Se no primeiro "Batman", dirigido por Tim Burton em 1989, o Coringa foi interpretado pelo irreverente ator Jack Nickolson, desta vez quem faz o vilão é Heath Ledger, que ficou conhecido como um dos caubóis no filme "O Segredo de Brokeback Mountain", de Ang Lee, lançado em 2005. Ledger, morto em janeiro deste ano (por overdose de calmantes), mostra um Coringa caricato, renovado, inteligente, sarcástico e com senso de humor impagável.

O ator aparece logo no início da fita, já que a primeira cena apresenta os criminosos (palhaços) de Gotham City realizando um roubo. Então, um deles se revela o Coringa. No entanto, é na sua segunda aparição, quando mostra uma risada forçada que é sua característica, é que o espectador poderá se prender ainda mais na interpretação do ator, que surpreende a cada cena com suas caras e bocas.

Além de mostrar as faces do vilão, as lentes de Nolan captam a essência do super-herói, mostrando suas fragilidades e, claro, qualidades, em um longa de ação surpreendente (com direito a caminhão que capota, prédio que pega fogo), ritmo afinado e ângulos com imagens sem cortes bem-feitas. Bale encarna os dois personagens e engrossa a voz quando interpreta Batman.

O longa aborda também o trabalho do promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart), que se mostra eficaz ao combater o crime organizado ao lado da bela Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal, de “Confissões de Uma Mente Perigosa”). Ela, que foi namorada de Bruce, acredita que não pode viver com alguém que tem vários inimigos. Nesta história também é possível conhecer como surgiu outro personagem dos quadrinhos.

Os melhores diálogos do roteiro escrito por Christopher e seu irmão Jonathan Nolan são os pronunciados pelo Coringa, como uma teoria do caos, no qual está pendurado de cabeça para baixo. O vilão, em um tom sádico, explica, de duas maneiras diferentes, como conseguiu a cicatriz em seu rosto, aparentando estar eternamente sorrindo. Trata-se também de um filme político (à sua moda, claro) e o vilão prova ao herói por que a existência de ambos é essencial para Gotham.
Novamente, estão também os fiéis Michael Caine, no papel do mordomo Alfred com seus conselhos e seu senso de humor que equilibra o clima pesado do cavaleiro, e Morgan Freeman como Lucius Fox, responsável por desenvolver as parafernálias do herói, como seus carros e suas roupas a prova de fogo.

A produção, que custou cerca de US$ 150 milhões e teve locações em Londres, Chicago e Hong Kong, conta com efeitos especiais o tempo todo, mas sempre provando que existe necessidade. Destaque também para os carros do bilionário, que desfila em modelos feitos sob medida (como o Bat-Pod, que anda sobre duas rodas), além de uma "sutil" Lamborghini, que ele usa para sair durante o dia, que vai arrancar suspiros dos espectadores.

“Batman – O Cavaleiro das Trevas” é sem dúvida um dos melhores lançamentos do ano (haja vista que há outros filmes de super-heróis, como “Homem de Ferro”, “O Incrível Hulk”, lançados em 2008), sem hipocrisia, ainda que seja sobre um super-herói dos quadrinhos. Isso porque é a "aula de cinema" mostrada na prática por Nolan (que filmou seqüências com câmeras IMAX), juntamente com o roteiro que prevê citações inteligentes e convidam o espectador a pensar, além das boas interpretações que dão o toque final ao longa.

Portanto, prepare-se para enfrentar as longas filas dos cinemas (serão 500 cópias dubladas e legendadas): a sessão vale cada centavo pago pelo ingresso.

Um comentário:

calenza disse...

oi, concordo com o que vc falou do filme. achei um absurdo desde do roteiro a atuacao, passando pela captacao e montagem. tive a impressao de haver muita improvisacao do heath ledger. ele com o johnny depp sempre arrebentam, pena que ele morreu.

mas sera meu primeiro filme visto 2 vezes no cinema.

tb tenho um blog de cinema, mas nao tao serio - olha a piada pronta
http://www.ohmenageatrois.blogspot.com/

achei o teu no twitter
te mais
calenza, la sou canastrani