segunda-feira, 9 de junho de 2008

Marcelo Tas

Entrevista de junho da revista METROPOLIS. Como ela foi sacrificada por conta do espaço, aqui está o bate-papo na íntegra.
----------------------------------------
O irreverente Marcelo Tas

Ele já passou por diversos canais de televisão. Além de jornalista, Marcelo Tas é roteirista, apresentador e diretor de televisão e ainda mantém um blog na internet. No entanto, sua primeira formação universitária é em engenharia civil, embora ele nunca tenha exercido. “Para a felicidade das pessoas que passam embaixo de pontes”, diz ele, reforçando o clima de descontração do bate-papo que aconteceu na sede da Band, em São Paulo, pouco antes de ele ancorar, ao vivo, o programa “CQC”.

O “Custe o que custar”, aliás, estreou em março e tem atraído cada vez mais audiência e seguidores que buscam irreverência na televisão trazida por esses sete homens de preto. Tas, que tem 25 anos de experiência em TV, ficou muito conhecido como o repórter Ernesto Varela, personagem criado nos anos 1980, que também teve uma incursão na rádio 89FM no início de 2000.

Nesta entrevista, ele conta um pouco sobre como era este repórter, como está sendo o desafio de fazer um programa como ele nunca tinha feito, suas preferências, sua visão a respeito da televisão... Enfim, melhor que esta repórter ficar descrevendo como foi a conversa, é você, caro leitor, conferi-la de perto com os próprio olhos.

Muita demanda para entrevistas com você depois do CQC?
Tá uma loucura.


Mas você está feliz?
Eu estou. Engraçado, porque eu andava muito desatento com a TV aberta. Eu mesmo como telespectador, eu estava assistindo pouco. Mas eu amo televisão, então eu redescobri o prazer de fazer.


Você achava que a TV estava chata?
Achava. (risos)


Chata como?
Olha, sem muita novidade, com as mesmas coisas há muitos anos, sem grandes provocações, sabe? Tanto que o que eu assisto são os telejornais, uma forma de consumir informação. Mas na linha de show, de entretenimento, do que me deixa mais querendo ver o que eles vão fazer na semana que vem, por exemplo, eu não tinha, não estava vendo nada.


E o “CQC” veio para cobrir esse buraco?
(Risos) Então, eu atualmente estou gostando não apenas de fazer mas também de ver o “CQC”. Está me dando prazer de ver televisão, de ver os meninos, de trabalhar com essa equipe.


Li que você assiste ao CQC há mais de 10 anos. O que mais te chamou atenção no programa?
A ousadia é o que mais me chama atenção, a imaginação das perguntas, as situações, a rapidez, a elegância também, porque sempre me chama muito atenção o programa que pega pesado com autoridades, mas com elegância.


Lembra o Ernesto Varela?
Tem muita a ver. Por isso que eu conhecia eles, inclusive, eles conheciam o Varela, a gente trocou algumas figurinhas.


Como surgiu o convite para fazer parte do elenco do programa?
De sopetão, total. A Elisabetta Zenatti, nossa diretora artística, me colocou dentro da sala dela e disse: tem que ser você, acho que tem tudo a ver... Foi muito rápido mesmo, minha decisão levou menos de uma semana.


Você participou da contratação do restante da equipe, como foi? 
Quando eu cheguei, boa parte da equipe já estava fechada, mas eu participei de um fechamento, dei alguns palpites no que faltava. O Diego que é o nosso diretor, ele tem conhecimento nesse tipo de processo. Ele já fez isso em diversos países, então eles estavam muito seguros no que eles estavam fazendo. Eu botei muita casca de banana no meio do caminho para checar se era aquilo mesmo e eles responderam de um jeito muito firme. Mas eu sou muito Caxias, então eu quis fazer muitos pilotos, eu pedi para fazer. Para testar bastante, pra ver se eu ia me sentir seguro, se o programa iria funcionar comigo.

Mas você tem experiência com TV...
Este ano estou completando 25 anos de TV, mas esse tipo de trabalho eu nunca tinha feito, de ancorar, de bancada, é bem diferente, e de comentar a notícia ao vivo. Toda semana é diferente.


Está sendo uma experiência bacana?
Está sendo muito legal. Eu tinha feito o “Vitrine” que era ao vivo, a parte do ao vivo eu já tinha experiência.


Era bem descontraído também?
Era também, mas era uma coisa temática, não era um programa de notícias. O que a gente faz aqui é diferente, porque cada semana é uma coisa, é impressionante. Depende muito da semana. Quando o Lula foi para a não sei onde, a gente foi; fomos fazer a cúpula da América Latina no Peru e conseguimos um furo. Por causa daquele furo a gente teve, por incrível que pareça, muitos problemas. E a presidência da república não entendeu como a gente conseguiu aquela informação. E quem conseguiu aquele encontro foi a presidência da república brasileira. Então eles vieram saber o que a gente estava preparando. Eu repondo pelo programa, então tive que ir falar com o presidente, contar um pouco do programa, discutir. É um trabalho que exige experiência para conversar com essas pessoas e mostrar o que a gente está fazendo, que não é um programa irresponsável, embora às vezes pareça. Mas é um programa muito bem planejado. A gente tem uma equipe de apuração de notícia, uma redação.



Por enquanto, você poderia destacar momentos especiais que esteve envolvido neste programa?
É engraçado porque esse papel de âncora funciona como se fosse uma embaixada do programa junto às autoridades (risos). Desde o primeiro programa, presidente da Sabesp, presidente da República, com a prefeitura. Essa, pra mim, é uma posição nova. Minha função é mais de bombeiro que de incendiário, como era com o Varela. E rolaram cenas engraçadas de eu ter de falar com a presidência. E eu falando, eles acham que eu sou o Varela, e eu tento explicar para eles que nós não vamos desrespeitar o presidente. E como eu fico no centro da bancada, o programa fica com a minha cara e eu tenho que cumprir um ritual, que é engraçado. Com os meninos, no início eles tentaram me colocar em uma posição que eles admiravam e isso acabou. Hoje a gente é uma equipe mesmo, a gente tem troca muito boa. Mas é muito legal, porque estou fazendo um programa ao vivo que tem um roteiro, mas tem também muita improvisação e muita mudança no programa. Cerca de 60% do programa já foi alterado na hora. Tem uma tarefa que é muito arriscada, mas é muito gostosa, que é saber o que vai acontecer com esses dois caras que são de teatro e são muito bons e estão chegando na TV com essa bagagem; e eu tenho uma experiência bem menor de teatro, mas sei mais de TV. Há uma complementaridade entre nós. É muito divertido,


Você disse que não vai desrespeitar a presidência, que existe muito respeito. Qual é o principal lema do “CQC”?
O “CQC” está correndo atrás de entender a notícia e a gente acredita que é possível entendê-la com o humor. O humor é uma maneira de você fazer com que essa inundação de informação que a gente vive faça algum sentido. Uma coisa que eu acredito muito: as coisas do “CQC” gravam na cabeça das pessoas que eu fico impressionado. Até hoje tem gente comentando o que a gente falou no primeiro programa e estamos no 11º. Isso é uma loucura. É muito difícil você se lembrar o que passou no “Fantástico” de um mês atrás. Tem comunidades no Orkut de frases que a gente fala no programa. É um resultado muito revelador. Essa combinação de jornalismo com humor é muito poderosa e faz a gente atingir de um jeito mais profundo.


Agora vão estrear novos quadros, quais são?
Nós temos vários quadros novos que vão entrar o tempo todo. O Repórter Inexperiente está quase no fim. Hoje (dia 26 de maio) entra o Teste de Honestidade. E haverá outro que já gravamos, mas não posso falar ainda, mas é muito legal.


Como é o Teste de Honestidade?
É uma situação que a gente coloca as pessoas, às vezes normais ou autoridades, para testar se elas vão ser honestas até o fim. É muito legal. A gente vive falando mal dos políticos e o quadro mostra um lado complicado que todos nós temos que é não cumprimos com o que a gente fala. (risos) É um jeito legal de reverter o esteriótipo de que o Brasil não dá certo por causa dos políticos. Tem uma velhinha que não quer devolver um celular que não é dela e só devolve com a polícia e ela é obrigada a devolver. Inclusive ela reconhece o “CQC” e diz que assiste ao programa. Mas ela ia ficar com um celular que não era dela.


Você sente falta do repórter Ernesto Varela?
Eu não sou saudosista, sabe? Até porque pra mim o Varela ainda não me deixou, ele é muito próximo de mim.


Ele foi ao ar nos anos 1980?
Sim. Anos 1980.


E na rádio 89FM?
Em 2000 e 2001. E eu fiz agora duas temporadas no teatro, 2005 e 2006, que foram duas temporadas absolutamente lotadas, em São Paulo e Rio, e fiz um pouco de Curitiba, Salvador e Recife. Não consegui continuar por falta de tempo. Eu tenho esse desejo de retornar uma temporada com o Varela no teatro.


Você poderia contar um pouco sobre como era fazer este repórter?
O Varela fazia perguntas inesperadas, e nesse sentido é muito parecido com o “CQC”, e cobria os eventos que os outros jornalistas estavam cobrindo.


Como ele nasceu?
Ele nasceu da minha inabilidade de fazer televisão. A gente estava começando a fazer televisão, era um grupo chamado Olhar Eletrônico.


E tinha o diretor Fernando Meirelles?
Fernando Meirelles, Paulo Morelli, Renato Barbieri, Marcelo Machado, um grupo de figuras que hoje todos são diretores, documentaristas etc. E ninguém era especialista em TV.


Vocês se conheceram na USP?
A gente se conheceu na USP. Cada um fazia uma coisa. Eu fiz engenharia e jornalismo. O Fernando fez arquitetura, o Renato fez filosofia o Tonico Melo fez rádio e TV na Faap. Era uma coisa meio variada, mas o que nos unia era a vontade de fazer uma televisão diferente. A gente fez umas coisas muito estranhas, muito experimentais. Fiquei atraído por aquele jeito esquisitão de fazer audiovisual, vídeo. Como a gente nunca iria fazer bem o jornalismo tradicional, surgiu essa maneira um pouco canhota de fazer o Varela, um repórter meio desajeitado, ingênuo. Aos poucos fomos aperfeiçoando ele, fizemos coisas maiores, fizemos algumas séries, gravamos na Rússia, em Cuba, em Nova York, fizemos Copa do Mundo.


A política brasileira sempre foi um prato cheio para o Varela, continua sendo para o “CQC”?  
Também. Ele tem uma pegada muito forte em política e também tem uma coisa relacionada à cidadania, que é o Proteste Já, um quadro que checa o que não está funcionando no nosso direito de cidadão.

Vocês fazem as perguntas que a gente gostaria de fazer?
Isso ou investiga aquilo que você gostaria que fosse investigado.


O Varela perguntou para o Maluf se era verdade que ele era corrupto.
Exatamente.


Como foi, a pergunta surgiu na hora?
Não, o Varela também tinha muita preparação e muito improviso. Eu estava preparado, e no dia eu estava preparado para fazer muitas perguntas. Mas ele admitia apenas uma pergunta. Ele dizia (imitando a voz do Maluf) “Não tenho tempo, tenho tempo para apenas uma pergunta”. E eu fiz a única pergunta que ele não respondeu até hoje. Ele está com problemas até hoje para responder essa pergunta.


Sobre o Meirelles, você acompanha o trabalho dele?
O Fernando é um cara muito talentoso, um cara que redescobriu o cinema brasileiro, tirou o véu, revelou uma nova etapa e que ainda tem muito pra mostrar. Eu conheço muito bem o Fernando, a gente se relaciona pessoalmente até hoje, nossos filhos se conhecem, a gente se encontra muito, e o Fernando é um cara que tem uma carreira muito grande pela frente, ele está só no começo, por incrível que pareça. Ele ainda vai nos dar muito susto. Eu tenho certeza disso.


Você escreve o Blog do Tas desde agosto de 2003 e no Twitter (miniblog) há um ano. Como você se relaciona com a internet, o que ela te devolve?
Hoje ela me devolve o principal do meu trabalho, é onde eu recebo a resposta da audiência com qualidade. As pessoas na internet me criticam de uma maneira muito aberta. Eu sempre recebi qualquer tipo de crítica, até as mais agressivas, porque acho que é uma maneira legal de você permanecer sempre inovando. Se você deixa as suas conquistas ficarem cristalizadas em um quadrinho na parede e submete elas a uma saraivada de críticas, pauladas e pedradas, isso te rejuvenesce. Se você souber ouvir, acho que você consegue um constante aperfeiçoamento naquilo que você faz.


No Twitter você pediu dicas dos tuiteiros já que você passaria um dia livre em Buenos Aires. Você recebeu alguma resposta?
Eu recebo por e-mail às vezes. As pessoas ficam tímidas de colocar no Twitter. O Twitter funciona como uma espécie de radar. A pessoa sabe onde você está. O Twitter não é uma coisa de público em geral, é mais de trabalho. Uso o Twitter para acompanhar o que alguns colegas estão fazendo. E acredito que eles fazem o mesmo comigo. O fato de eu ter ido a Buenos Aires desperta a curiosidade de entender qual é o projeto que estou indo fazer lá, e de repente o que eles podem fazer comigo lá. Eu acho muito legal o Twitter.


O que mais você usa na internet?
Uso o MSN Messenger para trabalhar, mas muito pouco.





Você não é um viciado, então?
Acho que a gente vive hoje dentro da internet e procuro usar isso de uma maneira não apenas séria, de trabalho. Acho que a gente não pode ficar afogado no meio dessa confusão, ou deixar que a internet te deixe pastoso, ou bêbado, ou igual quando você fica na televisão zapeando, navegando sem rumo. A internet exige uma disciplina para você não jogar tempo no lixo.

A irreverência sempre foi utilizada em seus trabalhos. Essa característica sempre fez parte de sua personalidade ou você cultivou para o trabalho?
Eu acho que fui aprendendo a conviver com isso, mas acho que existe desde criança. Também nunca fui o palhaço da classe, mas sempre andei com eles e sempre tive uma função muito importante dentro daquele grupo que estava sempre aprontando alguma coisa.


E qual era essa função?
Eu era mais o estrategista (risos). Teve uma vez no quarto ano primário, que a gente estava naquela época de ensinar, e tinha uma farmácia dentro da nossa classe. As pessoas podiam usar aquilo com consciência, para entender para que serviam os remédios. Em um belo dia, nós tivemos um plano e eu peguei os remédios e distribuí para esse grupo e nós tomamos esses remédios da farmácia. Uma coisa muito perigosa. Foi todo mundo para a diretoria e eu fui uma espécie de pastor que distribuía esses remédios. E minha condição foi fiscalizar todo mundo vomitando, porque tinha que sair o remédio de dentro de todo mundo.


Você já trabalhou em diversas emissoras, como Globo, Cultura, Record, SBT, Play TV, MTV, agora está na Band. Você poderia fazer uma rápida avaliação da televisão brasileira?
A TV brasileira é muito criativa e o público brasileiro é exigente. A avaliação que eu faço é que hoje a TV não oferece tudo o que esse telespectador exigente quer. Acho que ele gostaria de mais ousadia, mais irreverência, mais surpresas. Acredito que o público está cansado de ver coisas muito parecidas.


Fica uma disputa de audiência e está todo mundo fazendo a mesma coisa.
Exatamente. Todo mundo se copiando. As novelas, por exemplos, eu não consigo diferenciar um cenário de uma novela para outra. Parece que foram feitos na mesma fábrica. É incrível, eu acho isso muito pobre, apesar de ter melhorado a qualidade, da luz, da maquiagem, do figurino, do cenário. Mas ta tudo muito parecido, eu acredito que o público gostaria de mais.


Você acredita que exista exploração da notícia? Caso Isabella, por exemplo.
Os programas apelativos não são privilégio da televisão do Brasil, infelizmente. É uma coisa disseminada pelo mundo. Mas tenho certeza que isso não garante futuro a nenhuma emissora de televisão. Se garantisse, o Silvio Santos não estaria nessa crise, por exemplo. Ele já usou todo o repertório de apelação, como Sergio Malandro, colocou o povo na TV. “Aqui Agora”, Ratinho. Voltou para o “Aqui Agora”, o Ratinho está lá meio desempregado. Isso não resolve nada. Causa um impacto momentâneo, pode dar um pico de audiência, mas a longo prazo você não conquista o telespectador. Para conquistá-lo, você precisa tocá-lo de uma maneira mais ampla e profunda, com humor, drama, emoção, e essa emoção do impacto sensacionalista é muito volátil. Uma menina ser atirada de um prédio, claro, é uma coisa muito grave e vai atrair a atenção de todo mundo, porque é uma coisa muito chocante. Mas a exploração contínua disso vai diluindo e chega uma hora que aquilo não tem mais importância, que você banalizou a importância daquilo. Há outras maneiras de você criar o drama. Shakespeare sabe muito bem como fazer isso e está há 500 anos dando Ibope, tem filmes, novelas que são dramas shakesperianos. Eu prefiro seguir Shakespeare que seguir o mundo cão, porque ele durou mais. Ele vai fundo no drama e na comédia humana.


Como você se mantém informado? O que lê, o que assiste?
Eu leio bastante, leio de tudo. Revistas, jornais, muitos blogs na internet, procuro ter sobre o negócio da comunicação, então leio revistas sobre o mercado publicitário, de tecnologia que é outra coisa que eu acompanho e gosto de entender para onde estamos indo nessa confusão. E leio livros também, porque acho que é o que nos dá um conhecimento a longo prazo mais sólido.


Você está lendo um agora?
Eu terminei de ler “A Árvore do Conhecimento”, um neurocientista e um biólogo. Chilenos, Humberto Maturana e Francisco Varela, parente do Ernesto Varela. Eles fazem uma metáfora do nosso cérebro com essas transformações digitais. E li o livro de um repórter que trabalhava na Vanity Fair, a revista americana. Um cara muito irreverente, inglês, Toby Ian, que foi demitido da revista. O livro é algo assim: “Como Estragar a sua Carreira”. E é um jovem repórter inglês que se meteu no mundo editorial de Nova York e saiu detonando tudo e foi demitido depois de um ano e conta os bastidores da mídia. É muito engraçado.

Você trabalha todo dia?
Todo dia, eu trabalho todo dia (risos). Acho que no mundo hoje, todos nós trabalhamos todo dia. Para mim isso não é um peso, primeiro porque eu me divirto trabalhando e depois não é uma atenção contínua. O Diego, o diretor do programa, tem um telefone como o meu e nós nos comunicamos por um comunicador interno do telefone. No fim de semana, não tem horário para a gente conversar e isso não me invade também. Às vezes ele me faz uma pergunta que eu demoro para responder porque estou em reunião, fazendo outra coisa. Mas de uma certa maneira eu estou ligado ao programa o tempo inteiro.


Quais são os seus hobbies?
Eu gosto muito de cozinhar e eu gosto muito de jardinagem.


O que você cozinha e o que você planta?
Eu não sei muita pouca coisa, mas eu sou da área das pastas e dos cogumelos. E agora estou me aventurando por uma coisa muito perigosa que é o ouriço-do-mar, com pasta, que é uma coisa absurda de gostosa. Jardinagem eu gosto muito mesmo e é uma coisa recente, dos últimos cinco anos. Estou morando casa há seis meses e tem muito a ver com isso. Comprei uma casa fora de São Paulo, em São Bento de Sapucaí, há oito anos e lá comecei a plantar. Estou fazendo uma viagem para a minha infância, porque eu nasci no campo, em Ituverava. Minha infância foi inteirinha no meio de bicho, de plantação. Depois tive um mergulho na urbanidade, morei em grandes centros o tempo inteiro e agora estou voltando e tenho gostado muito disso. Saber como plantar ervilha, mandioquinha que demora oito meses para colher. Eu adoro isso e tenho uma rede de amigos caipiras que a gente conversa sobre mandioquinha, cebola, ameixa, morango, e lá é muito alto e frio. Difícil de nascer, você precisa ser muito bom e persistente.


O que ainda você não fez, que gostaria muito de fazer para se realizar profissionalmente?
Falta eu ir até a estação espacial. Acho que é meu sonho de consumo. (risos)


E pessoalmente?
Eu tenho uma coisa muito sólida com o viver o agora. Tenho já muitas coisas acontecendo: tenho três filhos, de 19, 7 e 3 anos, tenho uma mulher, a Bel, tenho duas gatas, uma cachorra, tenho essa casa, o programa, o UOL que comecei a fazer uma série de vídeos, tenho o Blog, uma comunidade de gente que me segue onde quer que eu vá, no Orkut, no Twitter. Tenho uma vida muito intensa. Estou reformando meu site que não é reformado desde 2003, tenho muita coisa acontecendo agora que não tenho tempo de pensar no futuro.
 


Mas é bom, não é?
É bom. Acho que o único lugar onde a gente vive é no presente. Então, é legal a gente poder ficar atento mesmo ao presente. É difícil hoje em dia. Mas eu procuro ficar.

Nenhum comentário: