terça-feira, 4 de março de 2008

Revendo filmes

Eu não ligo de assistir ao mesmo filme mais de uma vez, principalmente se ele me interessa. Às vezes, claro, prefiro ver novidade, acrescentar filmes ao meu repertório e conhecer os lançamentos da semana que não tive tempo de ver em cabines (as sessões reservadas aos jornalistas). Ultimamente, porém, tenho assistido a muitos filmes duas vezes, seja no cinema ou em DVD.

Nesta semana revi, quase dez anos depois, o último filme que Stanley Kubrick fez antes de falecer: "De Olhos Bem Fechados". Confesso que quando vi no cinema me atentei muito ao casal Tom Cruise e Nicole Kidman -- e achei um horror ter de ver a Nicole nua logo na primeira cena. Hoje, quando vi, achei um filmaço, obra-prima do Kubrick.

No cinema, também revi alguns filmes recentes. Isso porque vi primeiro em cabine e depois acompanhei meu namorado no circuito comercial. O último a que assistimos juntos foi "Juno". Vi o filme no início de janeiro, se não me engano, e no último final de semana lá fomos nós pro cinema. Eu continuo gostando da Ellen Page como a adolescente que engravida do namorado; e a Diablo mereceu o Oscar de Roteiro Adaptado.

Antes desse, revi "Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet". Na primeira vez, gostei do papel do Johnny Depp; mas da segunda, eu gostei mais ainda, porque não fiquei aflita com aquele sangue todo. Achei mais estilizado -- e me conformei, porque meu namorado também se contorceu em algumas cenas e vi que não sou a única nojenta...

Mas a primeira vez que revi um filme por "culpa" dele foi "Meu Nome Não É Johnny". Eu já tinha visto o filme e entrevistado o elenco um mês antes da estréia oficial e logo ele disse que queria ver. Como não sou boba nem nada, fiz o "sacrifício" de ver a obra do Mauro Lima de novo. A experiência de rever me faz ver outras coisas que não tinha visto da primeira, que a emoção não me permitiu. Na segunda vez, por curtição, é mais fácil ver certos detalhes.

Quando estivemos em Paris, assistimos a dois filmes juntos: um em inglês, com legendas em francês ("The Brave One"), e outro em francês ("99 Francs"). Nem preciso dizer que para a segunda sessão eu fui pra ver figuras, né? Se bem que em alguns momentos ele fez a tradução simultânea...

Não pense você, porém, que sou a única que vê filme repetido. Ele também revê para me acompanhar. O último foi o "O Gângster". Neste dia, aliás, ele falou assim:

- Eu sei que você não gosta, mas hoje vou comer pipoca vendo o filme.

Acho que ele falou isso porque eu vivo reclamando de quem está comendo pipoca durante o filme e atrapalhando o som com o barulho do papel e da guloseima. Mas neste dia, como era sessão blockbuster no circuito, não hesitei:

- Calma, eu nunca disse que não gosto de pipoca. Eu gosto de pipoca. Não gosto de comer pipoca no cinema quando o filme é lento e silencioso. Mas esse deve ser tão barulhento, que ninguém perceberá o barulho da pipoca e do saquinho...

E lá fomos nós comer pipoca, tomar dois litros d'água e ver o filme barulhento do Ridley Scott.

Eu não conto o filme, quando estou revendo, mas às vezes chamo a atenção para ele prestar atenção em alguma cena, ou conto como ela foi filmada etc. Até que ele se comportou, só adiantou uma piadinha. Aquela do... ah, deixa pra lá!

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