sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Juno

Especialistas em cinema estão chamando a comédia dramática “Juno”, que estréia dia 22 de fevereiro (apesar de ter estado em pré-estréia desde o dia 25 de janeiro nos cinemas), de “o novo ‘Pequena Miss Sunshine’”, longa-metragem que obteve, no ano passado, quatro indicações ao Oscar. O filme, porém, levou duas estatuetas: Melhor Ator Coadjuvante, para Alan Arkin, e Melhor Roteiro Original, para Michael Arndt. Mas a semelhança que os especialistas se referem é principalmente por conta do baixo orçamento. “Pequena Miss Sunshine”, dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris, custou US$ 8 milhões. E “Juno”, saiu por cerca de US$ 7,5 milhões. Ora, a contar que as produções norte-americanas começam o orçamento a partir de US$ 50 milhões, já dá pra entender a diferença. O valor empregado, porém, não quer dizer que trata-se de uma produção de menor valor criativo. Ao contrário, como é possível conferir nas telas ambas produções.

A história de “Juno”, escrita pela estreante Diablo Cody (pseudônimo de Brooke Busey), é sobre Juno MacGuff (Ellen Page, de “Menina Má.com”): uma garota de 16 anos que engravida do namorado, Bleeker (Michael Cera), um boboca e sem expressão que só pensa em correr na maratona. Seu grande problema, como seria de qualquer outra adolescente, é: já que sabe que está grávida do rapaz - que está mais preocupado em participar de corridas que namorar -, como irá contar para o seu pai e sua madrasta? Neste quesito, quem a ajuda é sua amiga Leah (Olivia Thirlby).

No decorrer da fita, o espectador vai acompanhar a vida desta adolescente, que precisa se mostrar madura ao dizer que não tem condições de criar um filho a esta altura da sua vida e a solução que ela dará para este “problema”.

Uma das boas surpresas é a atuação de Ellen Page, que é esperta, não titubeia e vai direto ao assunto. Os diálogos são bem-construídos e mostram o universo adolescente dos norte-americanos e os problemas que os afligem. A fita trata de problemas desta faixa etária, mas sem ser piegas, chato ou moralista. O assunto delicado que o enredo aborda não levanta bandeira nenhuma, nem faz apologias. Simplesmente diz o que precisa ser dito.

O diretor Jason Reitman (de “Obrigado Por Fumar”) apresenta um filme que não tem muitas pretensões, e esta talvez seja a sua grande virtude. Como retribuição a um ótimo trabalho (não apenas dele), eis a recompensa: o longa foi indicado a quatro categorias ao Oscar 2008. Além de Melhor Filme, “Juno” concorre aos prêmios de Diretor, Atriz e Roteiro Original. Para completar, a trilha sonora é outro destaque do filme delicado, divertido e emocionante.

Nenhum comentário: