Não é de se estranhar, pois, que a produtora esteja entusiasmada. "Se Eu fosse Você" ficou entre os cinco filmes nacionais mais vistos pelos brasileiros desde a Retomada, período que começou a ser contado em 1995. É verdade, porém, que o longa ao qual ela se refere tem bastante apelo comercial, uma vez que no elenco estão Glória Pires e Tony Ramos.
"Sexo com Amor?" também conta com elenco de peso: José Wilker, Reynaldo Gianecchini, Malu Mader, Maria Clara Gueiros. A narrativa, no entanto, é totalmente diferente, como é possível imaginar. Só pelo título já se sabe que o novo filme fala, principalmente, sobre sexo, enquanto o filme anterior é sobre o comportamento da família e um homem que vira mulher e a mulher que vira homem por alguns dias.
O longa tem como marco a estréia de Wolf Maya na direção. Ele, que já fez muitas novelas, além de teatro, passa agora a comandar os seus mesmos atores na tela grande. É previsível, também, que o filme tenha uma estrutura televisiva, que pode ser desmembrada para minissérie, por exemplo. "Não tivemos a idéia de dar continuidade. A idéia foi chamar um grupo de atores para contar esta história. Mas se quisermos no futuro, temos base para isso e tenho muita vontade de fazer", diz Wolf. Sobre o elenco, ele diz que são seus amigos íntimos. "Nosso encontro é relaxado, uma história sem pretensões, calcada na amizade."
Na trama, são formados três núcleos (casais) que, insatisfeitos com as suas relações, passam a ter relacionamentos com outras pessoas. Ou seja: traição. Em resumo, Rafael (Reynaldo Gianecchini) é casado com Paula (Malu Mader), que está grávida. Ele sempre chega tarde em casa, pois aproveita para dar uma "saidinha" com uma aeromoça (Danielle Winits) e com a secretária (Nanda Costa). Já Jorge (José Wilker), é casado com Mônica (Marilia Gabriela), mas tem relacionamento paralelo com a professora do seu filho (Carolina Dieckmann), que também tem namorado (Alexandre Piccini). O terceiro núcleo é formado por Maria Clara Gueiros, uma dona-de-casa casada com Pedro (Eri Johnson), que recebe a sobrinha (Natasha Haydt) em férias dentro de casa.
Maria clara e Eri, aliás, têm um timing muito bom para a comédia e os dois confirmam que tinham espaço para interpretar a consenso do diretor. "É muito legal quando você trabalha com amigos e você tem espaço para criar. Maria Clara é uma comediante", diz Eri.
Já Gianecchini conta que atuar ao lado da Malu Mader foi bastante divertido e confessa: "Malu foi a musa da minha geração". A declaração, aliás, deixou a atriz corada de vergonha, mostrando que, apesar de bela e de ser boa profissional, é bastante tímida.
Ao todo, foram cinco semanas de filmagem e Malu diz que gostaria de ter feito mais cinema do que fez durante a sua carreira. "Antes dos anos 1990 eu estava começando e depois veio o (ex-presidente Fernando) Collor e mudou tudo. Depois, eu estava tendo os meus filhos", ressente-se Malu.
José Wilker, que chegou à coletiva dizendo aos fotógrafos e jornalistas que odiava todos, contou que fez 65 filmes, ao mesmo tempo em que, ironicamente, diz que "nosso tempo é inspirado no ódio e na covardia, ao invés do afeto e do amor". "Cinema é longe, cedo e demorado. Mas é uma das coisas que mais me dá prazer."
Gianecchini, que atua também como produtor associado, diz que sempre quis se envolver com o projeto como um todo e Malu comenta que irá lançar documentário que dirigiu ao lado de Mini Kerti, sobre o Villa-Lobinhos. "É um projeto de responsabilidade social que eu já estava envolvida e há muito tempo eu tinha vontade de dirigir. Juntou uma coisa com a outra e os caminhos se cruzaram." Sua idéia é lançar o filme em um festival, mas se não der, ela deve exibir ainda neste ano.
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