Mas “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”, que estréia nos cinemas nesta sexta-feira, dia 25 de janeiro, conquistou outros prêmios, além da Palma de Ouro, e mostra, portanto, que não é unanimidade nem positiva, nem negativamente. Isso porque a fita, que se passa no final dos anos 1980, na Romênia, nos últimos dias do comunismo de Nicolai Ceaucescu, conta a história sobre as colegas de quarto da universidade, Otilia (Anamaria Marinca) e Gabita (Laura Vasiliu), que têm os problemas comuns de seu tempo. No país em que elas vivem é possível descobrir, por intermédio do enredo, que muitas coisas são proibidas e censuradas, como certas marcas de cigarro e o aborto.
Leva um certo tempo para o espectador descobrir sobre o motivo pelo qual Otilia mente para o namorado, pede dinheiro a ele e também porque ela procura auxílio do misterioso senhor Bebe (Vlad Ivanov). O que mostra, no entanto, é a sua procura por um quarto de hotel barato na cidade onde vive. O filme, então, apresenta aos poucos um dos grandes problemas que afligiam as mulheres daquele tempo.
O longa trata de um assunto sério e muitas vezes apresenta cenas chocantes, ao mesmo tempo em que é delicado, deixa muita coisa subentendida e conta com fotografia sóbria. No quesito direção, a fita abandona qualquer tipo de ensaio ou marcação que possa parecer teatral, uma vez que a idéia do diretor, como ele mesmo afirma, é deixar os atores à vontade, mesmo que isso se traduza em cenas nas quais eles apareçam de costas.
“4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” passou pela 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi bastante concorrido entre os cinéfilos. Trata-se de um filme que não tem pretensão de agradar ninguém, apenas de contar uma boa história, com assunto tocante, pertinente e atual. O longa tem interpretação de bons atores, que conseguem transmitir o sofrimento e a dor pela qual a moça passa. Como trata-se de um assunto ilegal, pode ser que gere algum tipo de polêmica, o que é outra discussão para a saída do cinema.
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