terça-feira, 18 de setembro de 2007

Várias lágrimas para Piaf

Fazia tempo que eu não me emocionava no cinema. Quem me conhece pode até rir desta frase, porque sabe que eu sou “presa fácil” para a emoção: choro e rio com muita facilidade. Não sei se eu não via algo tão bom fazia tempo, mas, desde que eu me lembre, não choro no cinema desde o italiano “Vermelho como o Céu”, que vi em maio. Lembro-me também que me acabei quando assisti à “Ponte para Terabítia”, em março. E foi só. Nem em “Homem-Aranha 3” eu chorei (para desapontamento geral, já que em “Homem-Aranha 2” eu chorei pra caramba).

Tudo isso para contar que fui assistir “Piaf – Um Hino ao Amor” na última sexta-feira e, mesmo sendo avisada de que seriam necessários os lenços, não botei fé de que iria precisar deles.

Bom, para chegar a esta sessão, enfrentei um trânsito do inferno (quase uma hora e meia) e cheguei em cima da hora. A sorte é que o início da exibição também atrasou e consegui tomar um suco de uva, conversar com uns amigos antes de me acomodar na poltrona do centro do cinema. Detalhe: dificilmente eu me sento no centro. Prefiro aquelas do canto, que são menos concorridas e, portanto, mais espaçosas. No canto não tem ninguém chutando, nenhuma cabeça atrapalhando, essas coisas.

Começaram as primeiras cenas e, mesmo tendo a recomendação, fui resistente. Pensei que eu estava meio anestesiada, que não me emocionaria com um filme francês, biografia de uma cantora que fez sucesso nos anos 1940, 1950. Claro que não desmereço o cinema francês, ao contrário. A delicadeza das cenas geralmente não aponta o momento da emoção, como é na novela. Ela vem naturalmente.

Conforme a história ia passando na tela, que aquele desfile de boa interpretação acompanhada de direção delicada e intimista, além de excelentes canções que compunham as cenas, não resisti. Sabe cumé, vem aquela história emocionante, acompanhada de uma trajetória de sucesso... Buááááá!

Não chorei apenas porque se trata de uma história triste, mas também porque a cantora batalhou muito pra chegar lá. Coisa de gente talentosa. E sim, para a minha sorte, os lenços estavam a postos, prontos para me salvar assim que comecei a me encharcar!

O assessor de imprensa do distribuidor estava coberto de razão: sim, é preciso preparar os lenços. Na saída, olhei pra ele com aquela cara de choro e, antes que ele me falasse qualquer coisa, disparei:

- Ok, você avisou!

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