quinta-feira, 26 de julho de 2007

Bobby

Depois de recontarem muito bem a história do jazzista Ray Charles, no filme "Ray", com Jamie Foxx no papel-título, por exemplo, agora é a vez de o ex-senador dos Estados Unidos, e candidato à presidência daquele país, Robert F. Kennedy, ter parte de sua vida exposta na tela grande. Em junho de 1968, no meio da Guerra do Vietnã, seu mote de governo era acabar com o combate em prol da paz. O longa-metragem "Bobby", que estréia sexta-feira, dia 27 de julho, conta justamente suas propostas de governo, desde a campanha até as eleições, passando pela noite em que ele foi baleado.

Com roteiro e direção sob a batuta de Emilio Estevez ("Lembranças Vivas"), a fita utiliza-se de uma experiência bastante interessante, quando se propõe a contar a história de uma personalidade no cinema por intermédio da vida de outras pessoas que fizeram parte dela, sejam esses personagens fictícios ou não. O elenco de primeira linha contribui justamente para este sucesso. Assim, as imagens vão mostrar a rotina do Hotel Ambassador e contar a história de 22 personagens que, de alguma maneira, contribuíram para a campanha de Bobby.

Entre os personagens, o porteiro aposentado do hotel (Anthony Hopkins), que joga xadrez como ninguém e conta sobre quais personalidades ele pôde servir e que se hospedaram no Ambassador. Também o atual gerente, Paul Ebbers (William H. Macy), casado com a cabeleireira Miriam (Sharon Stone), que mantém um caso extraconjugal.

O núcleo mais descontraído do hotel talvez seja o formado pelo chefe dos cozinheiros, o arrogante Timmons (Christian Slater), e o experiente chef de cozinha Edward Robinson (Laurence Fishburne), que utiliza de sua sabedoria para agradar quem trabalha com ele, como o mexicano Jose (Freddy Rodriguez), que estava louco para ir ver o jogo dos Dodgers, mas teve de fazer turno dobrado, e Miguel (Jacob Vargas).

Além dos funcionários do hotel, também participam da história alguns hóspedes, como a cantora Virginia Fallon (Demi Moore, ótima como uma alcoólatra), a jovem noiva (Lindsay Lohan), que irá se casar com um rapaz (Elijah Wood) para evitar que ele vá para o Vietnã, e um socialite deprimido (Martin Sheen) e sua esposa (Helen Hunt), que não pára de falar em sapatos. Para dar boas risadas, as trapalhadas dos jovens voluntários Jimmy e Cooper (Brian Geraghty e Shia Lebeouf), que vêem suas vidas mudarem com o uso do LSD.

Estevez, que também tem um papel na fita, intercalou sabiamente as imagens fictícias com originais da época, principalmente com cenas do ex-senador na ativa. Seus pronunciamentos também foram utilizados em forma de narrações em off, um recurso bastante utilizado no cinema, embora seja excessivamente cansativo. Nesta produção, porém, o uso se justifica, principalmente por fazer sentido no caso de agregar informações da época quase 40 anos depois. Destaque também para a reconstrução do ambiente, como figurino e mobiliário do período.

Todos os personagens, embora sejam muitos, são bem-construídos e de certo modo envolvem o espectador do início ao fim, que torce para que cada um tenha destinos positivos.Talvez a grande lição do filme seja conhecer as propostas que Robert Keneddy não tenha tido tempo de colocar em prática. Um exemplo, mesmo que utópico, para os governantes (para não se falar apenas de um) que só pensam em ganância e guerra.

2 comentários:

Anônimo disse...

dada

Carlos E. disse...

Eu lembro de ter visto esse filme faz um tempinho, e a unica lembranca que ficou foi que era chatinho, chatinho...