sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Lenda dos Guardiões

O diretor Zack Snyder tem se especializado em adaptações. Seus últimos três filmes provam isso. Em 2007, do graphic novel de Frank Muller, ele filmou “300”, sobre os 300 de Esparta; dois anos depois, lançou “Watchmen – O Fil­me” (história escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons). Nesta sexta-feira, 8, chega aos cinemas “A Lenda dos Guardiões: As Corujas de Ga’Hoole” (“Legend of the Guar­dians: The Owls of Ga’Hoole”), sua primeira experiência em ani­mação e com base na obra de Kathryn Lasky.

O longa-metragem conta a his­tória de Soren, jovem coruja que, antes de aprender a voar, escuta as histórias contadas por seu pai sobre os lendários Guardiões de Ga’Hoole, os guerreiros que enfrentam uma batalha para salvar a ordem das corujas dos malvados Puros. Por outro lado, seu irmão mais velho, Kludd, acha que as histórias são bobagens e vive com ciúmes de Soren por ele saber voar melhor.

O primeiro clímax da história acontece quando os dois são raptados e levados para os tais Puros e precisam arrumar um jeito de voltar para casa. É a partir de então que entram as cenas previ­síveis, como a luta do bem contra o mal e a conquista por ter encontrado os lendários Guardiões.

Além de o filme ter sido feito totalmente no computador (e ter uma qualidade incrível, principalmente no que se refere a efeitos especiais, criação dos animais, pe­lagem etc.), a projeção ganha efeitos em três dimensões e coloca o espectador para voar juntamente com as corujas. Um exemplo nítido do “voo livre” é quando duas corujinhas estão aprendendo a voar e uma diz a outra: “Você imaginava que era tão bom voar?” E, na sequencia, a câmera de Snyder sai planando... Entre as lições de moral, a busca do autoconhe­cimento, a importância da persis­tência, do sonho e, claro, do bem que prevalece sobre o mal.

Por ser sua primeira experiência em animação, Snyder, esse cineasta entusiasmado e cheio de energia para fazer movimentar as páginas de desenho na tela grande, não sabia filmar, se não fosse com uma câmera. Assim, criou uma nova estética para sua obra, uma vez que os próprios especialistas dese­nharam a fita imaginando a cena, a partir da descrição de Snyder, ou seja, se a câmera estivesse na mão, em travelling etc.

Outro artifício que ele utilizou para aprender é a coreografia com “dublês de corujas”, justamente para que a equipe entendesse como funciona uma luta no cinema. Luta, aliás, é um dos itens que mais constam do filme e tipo de ação que Snyder mais está acostumado a fazer. Portanto, não se impressione com as cenas de batalha e nem se surpreenda caso perceba qualquer semelhança com as cenas de combate dos 300 de Esparta, em “300”. Isso não terá sido mera coin­cidência.

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