segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Proibida a entrada após o início da sessão

Faz tempo que não falo sobre o comportamento das pessoas no cinema. Não sei se é porque eu tenho ido pouco às sessões que não sejam as reservadas aos jornalistas, ou se as pessoas têm se comportado como se deve. Mas ontem fui ao Imax, no Shopping Bourbon Pompéia, rever “A Origem” e achei que eu tinha de falar sobre esse assunto, digamos, delicado. Afinal, educação a gente aprende em casa. Mas vou quebrar o galho e ensinar duas coisas importantes: não troque de lugar nem chegue atrasado.

Vamos aos fatos: fiz tudo certo. Comprei, na sexta-feira, o ingresso (com lugar marcado) para domingo a noite. Cheguei com antecedência, mas, como o meu lugar estava reservado, não precisei ficar me acotovelando na fila com ninguém. Uns 10 minutos antes do horário, entrei na sala, procurei a minha poltrona (nem foi difícil, afinal eu havia olhado no mapa onde era), sentei e esperei a sessão começar.

Bom, a contar da situação do mapa na sexta, a sessão deveria estar cheia. Duas pessoas atrás de mim no café confessaram que haviam adquirido os ingressos no mesmo dia que eu. Imagino, portanto, que até domingo a noite a sessão não poderia estar de outro jeito senão lotada.

Pois bem. Até aqui, nenhum problema, como o leitor pode perceber. No entanto, é depois que as luzes se apagaram, que a tortura começou.

A sessão do cinema Imax não tem trailer. Apagam-se as luzes, entra a vinheta e, voilà, o filme começa.

Comparando com uma viagem, se você estivesse dentro de um avião, quando as luzes se apagam no cinema, é o momento quando o comandante avisa: “Tripulação, portas em automático”. No avião, isso quer dizer que ninguém mais vai chegar. Nenhum atrasado vai ocupar o lugar que até agora estava vazio na janela da fileira 23. Portanto, se você quiser, pode trocar de poltrona.

Infelizmente, isso não acontece no cinema. Ainda que o filme tenha começado, sempre tem o atrasadinho que chega para a sessão. E o pior: chega atrapalhando quem chegou antes, fica na frente da tela, entra falando. E, no caso de salas com locais marcados, era óbvio que o cidadão que trocou de lugar (da ponta para o meio) quando o filme começou, teria de sair, pois o dono iria aparecer (nem que o filme já tivesse começado).

E, particularmente na sessão de ontem a noite, um cara se tocou e voltou para a sua devida poltrona. Mas duas meninas da ponta não, e o dono teve de chamar o lanterninha para encontrar o seu lugar e tirar as folgadas de lá.

Por falar em folgada, e a moça que estava ao meu lado e resolveu tirar as botas, em um público manifesto de “estou na sala de visitas da minha casa e aqui eu faço o que eu quiser”? Sem contar a outra atrás de mim que resolveu chutar as minhas costas e só parou depois que eu me virei três vezes. Essas coisas, aliás, aconteceram perto de mim. Imagina na sala inteira!

Assim como no teatro não se pode entrar depois do início do espetáculo, faço aqui o meu manifesto de os cinemas adotarem a mesma postura. E você que chegou atrasado no filme do Christopher Nolan, tenho certeza que vai ter de revê-lo, pois não entendeu. Então, por que já não deu meia-volta no estacionamento do shopping?

2 comentários:

disse...

Concordo totalmente! Muita gente (muito mais do que gostariamos) não tem a menor educação no cinema. Nem no transito, nem em lugar nenhum...

Aqui na França noto que as pessoas tem mais educacao no cinema. Claro que sempre tem uns sem-noçao, principalmente os jovens, mas é menos que no Brasil. E aqui o trailer dura tanto tempo ,mas tanto tempo, que acho que da' tempo da galera sossegar.

Quando estavamos no Brasil, passamos a evitar os horarios de pico, principalmente os horarios com muito adolescentes. Gostavamos muito de ir aos domingos de manha, era calmo e so' ia quem queria mesmo ver o filme.

Fagner Franco disse...

Apoiado. Começou a sessão, não entra. Como a gente não sabe o que pode impedir as pessoas de chegarem no horário, o cinema se responsabiliza por uma nova sessão. Sussa, não?