quinta-feira, 13 de maio de 2010

Robin Hood

Ambientado na Inglaterra do século 12, “Robin Hood”, longa-metragem dirigido por Ri­dley Scott e que estreia sexta, 14, se pro­põe a contar a história que antecede a lenda do famoso arquei­ro fora-da-lei que “rouba dos ricos para dar aos po­bres”. Algo como “Batman Begins”. Isso por­que muito já se filmou o personagem desde 1922, inclusive com Kevin Costner no longa “Robin Hood, O Príncipe dos Ladrões”, de Kevin Reynolds.

Quem encara o personagem-título desta vez é o australiano Russell Crowe e, qualquer déjà vu em relação ao diretor e ao ator não terá sido mera coincidência. Tampouco se o espectador achar que está vendo “Gladiador”.

Voltemos à trama com roteiro escrito por Brian Helgeland (de “Zona Verde”) que, vá lá, pode ser outra história sobre o persona­gem. No entanto, como tudo é especula­ção (uma vez que não se sabe se ele existiu mesmo ou não), não dá para afirmar quem está contando a verdadeira. Pois bem, após a primeira batalha, morre o rei Ricardo Coração de Leão durante uma de suas cru­zadas, desta vez na França. A partir de então, Robin Longs­tride (Crowe) assume o comando e, se fazendo passar pelo fi­lho de sir Walter Loxley (Max Von Sydiw), de Nottingham, cruza o Canal da Man­cha e volta para a Inglaterra.

Depois que João (Oscar Isaac) é coroado rei, as pessoas passam a ser cobradas de impostos cada vez maio­res. João, no entanto, é um rei apático, sem o ca­risma do irmão (e sem o apoio da mãe) e quer aparecer de alguma maneira. Quando assume o lugar do filho de Loxley, Robin comanda seus soldados para se defender da Co­­roa e se apaixona pela viúva Marion (Cate Blanchett), uma guerreira que vai dar força a ele e ajudá-lo a defender o local onde vivem, principalmente depois da presença de um perfeito judas, Godfrey (Mark Strong).

É mais ou menos neste pedaço que a fita se torna previsível e oferece a sensação de déjà vu, uma vez que a câmera rápida, os cortes secos de Ridley Scott fazem com que a estética seja a mesma do épico anterior. E, utilizando o artifício de palavras escritas na tela, o filme se vale para contar o iní­cio (e o fim, quando começa a lenda).

Russell Crowe, com seu jeito truculento, sabe conduzir a batalha, usar o arco (e acertar as flechas), mas não convence o fato de estar em outra trama. E Cate traz a graça e o pulso firme que sua personagem pede. A fita, falada em inglês e em francês, tem locações na Inglaterra e na França, mas a Torre de Londres, o palácio real, foi replicada para a produção, uma vez que a verdadeira ainda existe, mas hoje parte dela é um museu aberto para visitas – a outra guarda as joias da coroa.

Tal como em outras grandes produções, em “Robin Hood” a música alta não para, ou seja, ela não fica alta apenas nos momentos de batalhas, de modo que o espectador se cansa do barulho.

O longa estreia nos cinemas do mundo todo dois dias após participar da Seleção Oficial do Festival de Cannes. Sem preconceitos quando o assunto é cinema, vale a pena conferir.

Um comentário:

Francine Ribeiro disse...

Fui ver hoje. Achei bonzinho o filme. Mas no final, os exageros tornam-se chatos. A batalha final é cheia de ações atropeladas, foi o que me pareceu.
Mas o cinema estava quase vazio, e foi uma sessão tranquila, como há muito tempo eu não tinha, então valeu a pena..

abraços