Depois de ter um acesso de raiva e de brigar com a mãe (Catherine Keener) por ciúme, já que ela arrumou um novo namorado (Mark Ruffalo), o menino Max (Max Records) foge de casa – fantasiado como um lobo – e parte em uma viagem de barco. Após ficar à deriva, ele aporta em uma ilha onde vai conhecer algumas criaturas bem estranhas e gigantes.
Este é o início do filme “Onde Vivem os Monstros” (“Where the Wild Things Are”), inspirado no livro homônimo de Maurice Sendak, dirigido e escrito por Spike Jonze (de “Quero Ser John Malkovitch”). Dali pra frente, o espectador poderá conferir – em filmagem ao vivo e em animação por computador – um mundo irreal cheio de criatividade, onde tudo é possível, inclusive um garoto fazer amizade com monstros, ao contrário de achar que será devorado por eles.
Com imaginação sem igual, Max vai conquistando os monstros, um a um, ao dizer que tudo pode conseguir – inclusive deixar a tristeza de lado, pois possui um escudo capaz disso suficientemente grande para que todos estejam protegidos –, porque veio de um lugar onde era rei. Então, é coroado rei e começa a diversão, já que em seu reinado vale tudo, principalmente a brincadeira. E, se sentindo o dono daquele lugar, Max é levado por Carol (James Gandolfini) para passear e conhecer os limites do seu reino.
A fita, que estreia nesta sexta, dia 15 de janeiro, faturou mais de US$ 32 milhões no final de semana de abertura nos Estados Unidos, em outubro. Há quem compare esta produção com “História Sem Fim”, longa-metragem que fez sucesso nos anos 1980 por narrar sobre um garoto que, ao ler um livro, se infiltra na história (misturando realidade e ficção) e contracena com criaturas esquisitas. No entanto, a história criada por Sendak parte para o lado psicológico da criança, a faz ter coragem e perseverança para conseguir o que quer, além de ter atitude de ir atrás de seus desejos. E com seu carisma, conquista a confiança dos monstros para fazer deles, o que quiser.
Filmado em locações incríveis na Austrália, como praias, dunas, floresta, “Onde Vivem os Monstros” tem diálogos bem construídos e inspiradores capazes de cativar e emocionar principalmente o público adulto, que poderá reviver algumas fantasias da infância. Afinal, como define Jonze, trata-se de um um filme sobre a infância. O longa faz as pessoas entenderem o mundo e os relacionamentos, e, embora a gente tente forçar a convivência, nem sempre é fácil, por mais persistência que exista.
Para o Globo de Ouro, cujos vencedores serão conhecidos neste mês, o longa foi indicado como Melhor Trilha Sonora Original. E o prêmio se justificaria, pois a trilha é bela e bem pontuada.
Um comentário:
Deu uma baita vontade de vê-lo agorinha.
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