Desta vez, porém, chega ao Brasil, na quinta, dia 9 de abril, a comédia "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" ("Confessions of a Shopaholic"). O filme é baseado nos dois primeiros livros da série escrita por Sophie Kinsella, "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" e "Becky Bloom - Delírios de Consumo na 5a Avenida". O primeiro livro foi lançado no Brasil em 2002, o segundo na sequencia e, desde então, outros três vieram: "As Listas de Casamento de Becky Bloom", "A Irmã de Becky Bloom" e "O Chá-de-Bebê de Becky Bloom". À época de seu lançamento, se falava que a protagonista "a nova Bridget Jones".
Embora Bridget tenha tido mais sucesso que Rebecca (ao menos em popularidade, uma vez que no total, a série Becky Bloom vendeu no país mais de 90 mil exemplares), ambas são engraçadas, mas a diferença é que Bridget está sempre de dieta e esperando o homem ideal, enquanto Becky só pensa em ser feliz com as novas aquisições das lojas de grife e quer ficar em paz com o seu cartão de crédito.
É fato que as fãs, principalmente, tenham se decepcionado com o segundo filme, "Bridget Jones - No Limite da Razão", principalmente porque há divergências entre a história do livro e aquela levada para a tela grande. É chato ter de alertar, entretanto o mesmo acontece com "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom". Quem não leu o livro vai "cair de paraquedas" na história, uma vez que não se explica de onde Rebecca Bloomwood (Isla Fisher, de "Três Vezes Amor") veio, no entanto ela já aparece no meio de lojas em Nova York e, em um belo dia, conhece aquele que será o grande amor de sua vida, Luke Brandon (Hugh Dancy), que tem um forte sotaque britânico mas vive na Big Apple. Ele é do tipo cara perfeito, embora tenha a barba por fazer e não saiba combinar o terno com a gravata muito bem. Porém, quando quer, sabe "falar Prada" como ninguém.
Essa confusão ocorre por causa da mistura dos dois primeiros livros, já que o primeiro se passa em Londres (sim, Becky é inglesa, apesar de não ter sotaque no filme) e, no segundo, ela segue para os Estados Unidos.
O diretor australiano P.J. Hogan, de "O Casamento do Meu Melhor Amigo", aponta suas lentes para uma Nova York das grifes e mostra o timing cômico perfeito de Isla Fisher, que utiliza trejeitos a seu favor sem ficar afetada, caricata ou cansativa. O ritmo do filme é outro ponto alto, pois ele não cai: depois de uma tensão vem um clímax, e outro e depois outro, até chegar ao final esperado. Sim, é previsível, e este é um dos pontos baixos.
Entre as cenas engraçadas, destaque para a que as mulheres correm para a liquidação; quando está em Miami e ensaia uma dança com um leque; e quando é confundida pela garçonete da festa. Becky Bloom tenta entrar para um grupo de "Consumidores Anônimos" e em uma dessas reuniões a cantora Amy Winehouse entra na trilha sonora com o clássico "Rehab": perfeito!
"Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" é perfeito para as mulheres, pois mostra a moda ditada pela premiada figurinista Patricia Field (a mesma da série "Sex and the City" e do filme "O Diabo Veste Prada"), detalha a compulsão por compras, a busca pelo namorado perfeito. Mas para os fãs do livro ainda pode faltar algo que deixou a desejar, como as ruas londrinas, as típicas lojas da capital inglesa e aquele humor ácido.
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