segunda-feira, 30 de junho de 2008

Amar... Não Tem Preço

Entre tantos blockbusters em cartaz, não é fácil, mas ainda há boas opções no "circuito alternativo". Pensando em assistir a um bom filme, fui ver “Amar... Não Tem Preço” (“Hors de Prix”), do diretor tunisiano Pierre Salvadori.

Na trama, Jean (Gad Elmaleh) é um rapaz que trabalha como barman, garçom, enfim, um “faz-tudo” em um hotel da Riviera Francesa, mas, a certa altura, é confundido com um milionário por uma das hóspedes, Irene (a francesa Audrey Tautou, de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”). Na verdade, ela namorada (ou apenas acompanha) um homem velho e cheio da grana.

Logo no começo já dá para perceber que ela está com o tal senhor devido a sua conta bancária e aos presentes que ele lhe dá. E, pensando que Jean também é dono de uma polpuda poupança, acaba trocando, acidentalmente, tudo.

Até aqui, que vai até mais ou menos os 15 primeiros minutos do longa-metragem, é fácil se irritar com a personagem de Audrey Tautou. Ela interpreta com naturalidade a interesseira, embora a pose de “gostosona” não lhe sirva como uma luva. Isso porque, mesmo que tente se mostrar sensual com os decotes dos vestidos justíssimos e de grife que veste, ainda lhe falta uma pitada de sensualidade. Já a outra face de sua personagem é extremamente convincente e capaz de deixar o espectador com raiva das suas atitudes, principalmente quando ela descobre que o moço não passa de um “duro” e que um golpe do baú não funcionará. Então, sentindo-se culpado pela perda de Irene, Jean tenta reverter a situação e coloca-se em risco.

A história se passa basicamente em locações, como hotéis localizados em Cannes. Porém, quem conhece o local, pode identificar que, além de Cannes, na França, o longa se passa também em Monte Carlo, localizado no Principado de Mônaco. Aqui, portanto, estão belos panos de fundos que favorecem a ambientação não apenas por serem extremamente “fotogênicos”, mas também por abrigarem restaurantes chiques, gente bem-arrumada, lojas de grifes, ou seja, cenário que tem tudo a ver com o enredo.

Contando com uma narrativa bem-humorada e com críticas acirradas ao consumismo, no qual vale o quanto se paga e não o real gosto do caviar, a fita envolve o espectador, mas a certa altura é possível se perguntar o que diretor fará para desenrolar a trama que ele mesmo criou. Ele demora, o filme se arrasta, mas, enfim, Salvadori consegue dar um final ao enredo, mas não foge dos tradicionais desfechos das comédias românticas.

“Amar... Não Tem Preço” não é o melhor filme francês e demorou cerca de dois anos para ser exibido nos cinemas brasileiros, já que o lançamento na França e em muitos países da Europa foi realizado em dezembro de 2006 (!). Entretanto, a fita tem aspectos que contribuem para a produção ficar simpática na tela e vale a pena ser visto.

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