E é. Porém, Brooks consegue inserir a sua história em um contexto diferente dos tradicionais e ainda brinca com a linearidade e faz um vaivém no tempo que instiga o espectador, pois ele acredita no personagem e quer conhecer o final do romance.
O filme inicia quando Will (Ryan Reynolds) está caminhando pela rua, ouvindo música utilizando o seu fone de ouvidos, enquanto faz narrações
Logo de cara, Maya diz que quer ter uma conversinha com o pai e dispara perguntas relacionadas com o tema da aula, como: “Os dois não queriam um bebê, mas fizeram sexo?”. Isso porque Will e a mãe de Maya estão se separando. Suas perguntas, sempre “na lata”, fazem o pai se constranger, mas ela o convence a contar a história sobre como ela veio ao mundo, como seus pais se conheceram etc. É neste momento que o filme deslancha e inicia um leve suspense.
A menina Abigail Breslin é doce, mas está sempre questionando as atitudes do pai e de outras pessoas que conhece, tem atitudes adultas, convence o espectador. A atriz, que fez muito sucesso e concorreu ao Oscar no longa independente “Pequena Miss Sunshine”, atrai a atenção do espectador e cumpre o seu papel. No entanto, ela aparece pouco, pois, a seu pedido, o pai começa a contar a história sobre como conheceu a sua mãe. Então, as lentes de Brooks voltam no tempo e a direção de arte reconstrói a Nova York de 1992, antes dos ataques de 11 de Setembro, claro, e mostra as ruas da cidade, as Torres Gêmeas, a campanha eleitoral de Bill Clinton. A trilha sonora também acompanha esse retrocesso e há destaque para “Come As You Are”, do Nirvana, que inclusive é cantada pelos personagens.
A partir daí, entram na trama três mulheres (três amores?), como a namorada de faculdade Emily (Elizabeth Banks), a amiga e confidente April (Isla Fisher) e a jornalista Summer (Rachel Weisz).
Assim como Maya, o espectador é convidado a acompanhá-la na atitude de conhecer a vida de Will, seus romances, trabalhos que conseguiu
A atriz Rachel Weisz, que trabalhou com o diretor brasileiro Fernando Meirelles na produção “O Jardineiro Fiel” e ganhou o Oscar, faz novamente o papel de uma jornalista, desta vez ambiciosa e que está sempre atrás de uma boa história para sua revista, doa a quem doer. Na mesma linha, Elizabeth Banks faz uma moça simples que chora quando seu namorado deixa a cidade onde moram para buscar emprego
“Três Vezes Amor” pode parecer piegas, mas não é. É daquelas histórias que cativam o espectador e emociona quem compartilha do mesmo sentimento que os atores estão interpretando na tela.
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