sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quebrando a Banca

Quem não sabe jogar cartas, blackjack principalmente, não adianta tentar entender os truques realizados no longa-metragem "Quebrando a Banca" ("21"), que estréia nesta sexta-feira, dia 18 de abril. No entanto, isso não será um empecilho para nenhum espectador - do mais leigo ao mais sábio - já que o tempo todo são dadas dicas sobre o que está acontecendo.

Outros filmes já fizeram esse tipo de "lógica" no cinema, e deram certo. Por exemplo: em "Gênio Indomável", de Gus Van Sant, Matt Damon é o protagonista que possui inteligência espetacular para resolver equações e problemas matemáticos complexos. As contas que ele realiza na lousa também não são fáceis de serem acompanhadas por quem assiste ao filme. E nem é esta a proposta. É que esse tipo de confusão, principalmente quando as cenas são rápidas, acontece o tempo todo, e tentar entender é loucura.

"Quebrando a Banca", baseado no livro "Bringing Down the House", de Ben Mezrich, inicia quando Ben Campbell (Jim Sturgess), aluno do colégio de Boston, está tentando uma bolsa de estudos na faculdade de medicina de Harvard. Qualificação ele tem, mas lhe falta o dinheiro.

No entanto, por conta da sua qualificação, Ben chama atenção do professor de matemática Micky Rosa (Kevin Spacey), que o convida para fazer parte de um grupo que segue para jogar em Las Vegas. A proposta, na verdade, é que eles irão executar uma técnica ensaiada que é proibida nos cassinos, mas que existiu e era realizada por estudiosos da mesma escola de Boston.

Como a fita se passa na maioria do tempo dentro da escola ou do cassino, muitas cenas remetem à trilogia que iniciou com "Onze Homens e um Segredo", de Steven Soderbergh, protagonizada por George Clooney, Brad Pitt e Matt Damon. No entanto, o filme de Robert Luketic ("A Sogra") é mais juvenil e não se apega ao roubo, claro. Os estudantes realizam um golpe, é verdade, mas não da magnitude dos "colarinhos brancos" liderados por Clooney.

Outro detalhe é que, como se trata de um filme vivido por adolescentes, com exceção de Kevin Spacey, há ainda paixões, brigas de amigos e toda sorte de elemento que possa atrair a turma para a sala de cinema.

O longa estreou nos Estados Unidos em março e faturou US$ 23,7 milhões na abertura (o que é razoável), ficando em primeiro lugar no ranking de bilheteria. Trata-se, no geral, de um filme envolvente, mas repetitivo em alguns momentos. Spacey, o melhor de todos, convence e, em certas ocasiões, lembra seu personagem em "Beleza Americana", dando ao espectador aquela famosa sensação de "déjà vu".

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