quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Elizabeth - A Era de Ouro

No ano passado, Helen Mirren interpretou a Rainha Elizabeth II no cinema, quando contou a história, em "A Rainha", dos bastidores do palácio de Buckingham, após a morte da princesa Diana. O papel valeu a ela, merecidamente, o Oscar de Melhor Atriz.

Neste ano, é a vez de a atriz australiana Cate Blanchett interpretar outra rainha britânica: Elizabeth I, no longa-metragem "Elizabeth - A Era de Ouro" ("Elizabeth - The Golden Age"), que estréia dia 15 de fevereiro. O papel também lhe valeu (mais) uma indicação ao Oscar. Mas não será fácil, embora ela seja competente, pois na disputa pela mesma estatueta também estão Laura Linney, de “A Família Savage”, Ellen Page, de “Juno”, Marion Cotillard, de “Piaf - Um Hino ao Amor” (que levou o Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz de Comédia ou Musical), e Julie Christie, de “Longe Dela” (que venceu o SAG e o Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Drama).

Cate, aliás, concorre também ao Oscar 2008 na categoria Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em “Não Estou Lá”, biografia heterodoxa do músico Bob Dylan, que tem estréia apontada para o dia 7 de março. O resultado, no entanto, só será conhecido na noite do dia 24 de fevereiro.

Esta não é a primeira vez que Cate faz a rainha, pois ela já o fez em "Elizabeth", filme lançado em 1998, pelos mesmos produtores. Na época, eles já tinham a idéia de fazer outros filmes relacionados à rainha e contar a história dela desde quando era uma jovem menina até se tornar a aristocrata que reinou por quase 45 anos. No primeiro filme, a história focou os primeiros anos do seu reinado, em que ela luta para manter o trono.

No novo longa, o enredo se passa na Inglaterra de 1585 e fala sobre a luta de uma mulher em controlar o amor, derrubar os inimigos e assegurar sua posição como ícone do Ocidente. Um dos principais problemas que ela terá de resolver é o catolicismo fervoroso (ela é protestante) que paira na Europa daquele tempo, principalmente na Espanha, governada pelo rei Filipe II. Outro empecilho que ela terá de superar é o amor proibido pelo aventureiro Raleigh (Clive Owen), que está disposto a lutar por seu país, mas acaba se envolvendo com a dama de companhia da rainha, Bess (Abbie Cornish). Elizabeth, que é conhecida como a "rainha virgem", continua lutando por sua aparência.

A fita é dirigida novamente por Shekhar Kapur e o roteiro, escrito a quatro mãos, é de autoria de William Nicholson e Michael Hirst. Um dos pontos altos do filme é o figurino de época, que remete a obra ao século 16, além da direção de arte. A fotografia, que se vale de uma beleza ímpar, é assinada por Remi Adefarasin, o mesmo responsável por filmes de Woody Allen, como "Ponto Final - Match Point" e “Scoop – O Grande Furo”. Mas o que vale mesmo o ingresso é a interpretação de Cate Blanchett, que sabe ser enérgica e doce ao mesmo tempo, tem verdade no olhar e convence o espectador o tempo todo em que está em cena. No mínimo, “Elizabeth – A Era de Ouro” é uma ótima aula de história, embora não tenha muita fidelidade com o real, já que tudo aconteceu há muitos anos e são interpretações poéticas.

*Post também pode ser lido no CineNET


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